Relacionamentos em tempos de quarentena

Os relações públicas e a missão de gerar e gerenciar relacionamentos

 

Não precisamos de muitos dias de reclusão e afastamento social para nos deparar com uma questão que ouvimos durante anos em nossa graduação: a importância dos relacionamentos. Digo, a importância do outro.

As milhares de lives em nosso Instagram, o compartilhamento de conteúdo, as aulas digitais, os cursos gratuitos, os encontros online, tudo isso só reforça o que sabemos há anos: tudo que fazemos é para alguém ou por alguém.

É impossível olhar para esse cenário e não lembrar de nossos colegas, os profissionais de relações públicas. Nós, que sempre ouvimos e entendemos que o diferencial e o core de nossa profissão é construir relacionamentos sólidos e fazer sua gestão ao logo do tempo, nos deparamos, talvez, com um dos maiores desafios dos últimos anos:

Como fortalecer e criar novos relacionamentos em grandes e pequenas organizações em tempo de afastamento social?

Acredito que esse período nos traz duas grandes lições. A primeira delas é o poder do digital como uma ferramenta para encurtar distâncias e conectar marcas a seus públicos. Contudo, em tão pouco tempo de reclusão, as conversas, as visitas aos clientes, os colegas de trabalho e as reuniões presenciais, já fazem falta. Entramos nesse período deslumbrando, ainda mais, o poder do digital e, sairemos dele, talvez, mais convictos do poder (e importância) dos relacionamentos, da individualidade e das experiências.

Para as grandes organizações, é o momento de colocar em prática as ações de fortalecimento de cultura, de comunicação interna e de engajamento dos profissionais. É uma “oportunidade” para disseminar valores e gerenciarmos as crises que virão pelo caminho.

Para os pequenos negócios, porém, é um momento que vai exigir criatividade para comunicar o produto, o serviço e o propósito. Acredito que a comunicação vai ter, de forma ainda mais acentuada, a função de sensibilizar.

E o que poderemos aprender com tudo isso?

Eu imagino que vamos, de uma vez por todas, entender que os relacionamentos (nas organizações, entre os stakeholders e na vida) é sobre o outro. Sobre olhar para o nosso público e pensar: o que ele precisa? Que tipo de conteúdo faz sentido eu entregar hoje? É coerente eu transformar esse evento em digital? Como fazer toda uma organização passar por essa fase com menos desgaste? Como impulsionar, por meio da comunicação, as vendas de um pequeno artesão?

No fundo, ainda não temos todas as respostas. No fim disso tudo, teremos algumas. Mas algo é certo, os relacionamentos e a comunicação, em suas diversas facetas, estão sendo a resposta para esses dias de caos. Vamos, RPs, há um mundo de relacionamentos aí fora!

Termino com um trecho do texto de Eduarda Costa, que, para mim, faz muito sentido:

“Concordo que aprender a apreciar a própria companhia é um passo essencial rumo à maturidade e ao amor próprio. Concordo que o silêncio se torna necessário uma vez ou outra nas nossas vidas. Concordo que saber conviver harmoniosamente com o vazio é sinal de sabedoria e que estar conosco de vez em quando pode significar um alívio em tempos de superexposição e excesso virtual de companhia.

Ainda assim, confesso: eu preciso das pessoas. Preciso do cheiro delas. Preciso das vozes. Dos toques. Das risadas. Das sabedorias. Eu alimento-me de companhias e é nas relações que cultivo dia após dia que encontro energia para abastecer a vida com pequenas alegrias. Eu não me basto. Eu precisei das pessoas até para aprender a ser mais feliz quando estou sozinho (…).

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